terça-feira, 27 de março de 2018

Mulher Perfeita

Todo mundo sabe que mulher perfeita não existe, mas algumas fazem de tudo para chegar lá e outras não estão nem aí para isso. Particularmente, eu como um ser humano do gênero feminino sou e nasci completamente imperfeita, exceto para a minha mãe, que acreditava ao contrário e fazia questão de me colocar no pedestal, bem, minha irmã mais nova tinha e ainda hoje tem a mesma opinião. Creio que a opinião das duas é coberta de cegueira ou a minha visão de perfeccionismo é totalmente errônea.
Para mim não há perfeição melhor que nos contos de fadas, Branca de Neve, Cinderela, Gata Borralheira, Anastácia, que fazem o protótipo de mulher perfeita, para meninas e adolescentes criarem sonhos e fantasias ou a Barbie, sempre linda, retocada, com seus carros, motos, casas e o namorado Ken, nunca fala palavrão, não tem TPM, depressão, crise de ciúmes e outras psicoses femininas, não precisa se depilar, nunca se masturba e não faz sexo, sempre pronta para as mais loucas fantasias na imaginação adolescente, claro, ela com o tempo adquire tudo, conforme o espírito da menina, que com ela foi presenteada.
Eu tive um Barbie e sempre dava um jeito para reunir as Barbies das amigas, nos finais de tarde ou nos finais de semana, para festas e reuniões imaginárias. A minha Barbie era a única depravada e com o tempo, infectou as outras, que passaram a fazer sexo com os Kens e viraram lésbicas ou bissexuais. Algumas Barbies me trouxeram problemas, muitas explicações tive que dar e muitas palmadas levei da minha mãe, porque mães de donas de Barbies recatadas, se queixaram que a minha era muito pervertida. Foi um caos, as notícias se espalharam pela vizinhança e a minha Barbie ficou mal-vista. Porém, eu me vinguei, entreguei todas as donas de Barbies recatadas, que as deixavam abandonadas e iam brincar de médico ou de papai-e-mamãe. Uma por uma! Ora, eu tinha uma mente sexualmente fértil, mas não passava das fantasias com bonecas, tanto que até os dezoito anos, eu beijei muito e só avancei depois disso, mas ainda assim, levou mais um ano e meio para a primeira vez. 
Situações que me renderam castigos, sem poder sair de casa e me deram tempo para refletir e pensar, aprendi muita coisa nessa época e descobri que ser perfeita era não assumir, não falar nada e fingir que não sabia, ou seja, fingir-se de morta, uma barata tonta para os outros! Conclusões de uma menina de sete anos e que me levaram à rever conceitos pelos meus outros trinta anos.
Felizmente hoje o mundo mudou um pouco e o conceito de mulher perfeitinha avançou e evoluiu. Hoje em dia, conhecer cada parte do seu corpo, saber como e o que é capaz de excitar melhor, ter autonomia para escolher com quem, decidir se sim ou se não, pedir uma segunda opinião sem  necessidade de charminho, ter ou realizar as fantasias, decidir sexualmente o que é melhor para si ou até mesmo explicar para o parceiro ou parceira o que lhe dá mais prazer (pois eles não possuem bola de cristal), utilizar brinquedos e jogos eróticos, vestir uma roupa ou lingerie sexy, passar a mão na bunda dele ou dela, iniciar a transa, tomar a iniciativa quando o parceiro ou a parceira está viajando na maionese (catando mosca ou chupando bala), puxar um papo a respeito de sexo numa roda de amigos, não esconder a opção sexual, ter liberdade para um "test-drive", fazer sexo sem nojo e sem restrições, são coisas que contribuem para o conceito de mulher perfeita, não esquecendo que, ela deve saber usar a inteligência, ser atualizada, saber pensar com a cabeça e não com o meio das pernas, ser decidida, charmosa, simpática e o principal: linda!
Comecei o paragrafo anterior com a palavra "felizmente", somente para poder dizer que o conceito atual de mulher perfeita, é um ledo engano, uma utopia. Uma mulher com todos esses requisitos, não pode ser considerada perfeita e sim uma divindade, uma Vênus, que apesar de ser o estereótipo da mulher perfeita, não era tão perfeita assim, possuía muito ranço naquele corpinho e cá entre nós, a puta divina dos deuses do Olimpo, dava para todos eles e nem sequer escolhia, era obrigada.
Talvez seja por isso, que já me esqueci de quanto se afastaram e quantos mesmo que de nariz torcido ainda ficaram, somente para ouvir o que a imperfeita tem a dizer ou outros que resolveram chutar o balde, dar com os burros n'água e defender abertamente se alguém chama de puta, a imperfeita que nas suas cabeças tornou-se perfeita, porque tem todas as imperfeições possíveis em um ser humano feminino. Desse modo, as noites sem sono e reflexões intermináveis no travesseiro, ficaram à muito para trás.
Quem da nossa geração não foi ensinada à base do "não pode", "é feio", "coisa de mulher rampeira", "é pecado" ou tantas outras fórmulas de educação preconceituosas?
Sinceramente, eu prefiro uma outra versão, a da "responsabilidade e liberdade", mas necessário é dizer que, a liberdade não pode ser encarada como libertinagem, que são conceitos totalmente diferentes, Responsabilidade para conosco, para com o nosso corpo, para com a nossa saúde física e mental e, para com os outros. Liberdade para decidir o que é melhor para nós, no dia-a-dia, no trabalho, no lazer, no sexo e em todos os seguimento da vida.
Mulher fingindo-se ou querendo ser perfeitas, existem várias por aí, em qualquer lugar sempre há aquelas boazinhas, dedicadas, monumentais e glamourosas, que quando indagadas, falam o que as pessoas querem ouvir, ganham elogios e são elevadas aos pedestais da sociedade hipócrita, mas poucas são, as que assumem as suas imperfeições. Na rua passamos por várias mulheres perfeitas, que se escondem atrás de sorrisos falsos, sustentam casamentos fracassados apenas por aparências, fazem biquinhos e dão gemidos nas suas fodas mal-dadas, fingem orgasmos avassaladores para contentar os parceiros e se remoem de culpa com uma gozada na siririca solitária. São perfeitas, mas seus corpos parecem ter apenas, pernas, peitos e bunda, porque não precisam pensar, pensam por elas ou o que fazem e dizem é sempre a mesma coisa ensaiada, para convencer os desavisados! Não é extremamente estranho? São perfeitas, mas estão muito aquém do conceito daquele meu parágrafo anterior. São vistosas por fora e se digladiam por dentro, falta-lhes coragem para meter o pé no balde, a fim de se libertarem das convenções e serem imperfeitas na melhor definição e jeito possível do termo, para dizer o que, aonde e quando querem! 
Talvez o conceito de mulher perfeita, se aproxime de uma mulher responsável e liberta de si própria, dos preconceitos e conceitos errôneos, que se preocupa mais com ela, com o seu bem-estar, consegue definir e diferenciar, o divino do mundano, os prazeres das necessidades, o simples do natural, sem falsos moralismos e isso acaba por refletir em tudo e em todos que estão à sua volta!

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