quarta-feira, 16 de agosto de 2017

A leitora de contos eróticos

por H. Thiesen 

Ela tange os olhos
No poema sutil
Busca no espaço
Entre as linhas divagas
Fantasia e deleite
Ela quer sonhar
No verso subtil
Ela lê na malícia
E no espanto... a luxúria
Se faz em seu corpo
Ela deseja
Se afasta do pejo
Apaixonada, surpresa
Incendeia e inunda
Semeia na mente o tesão
Ela fala com o poema
Silábica, profunda
Ela arfa e geme
Hummm!
Ela pensa...
Eu quero!
Desce pelo seu corpo
A mão é descalça
Na pele
Nos seios
No ventre
A procura do bosque
E da fonte de água fervente
Um torvelinho
Sente no corpo
Logo mais
É furação
Cobiça
Ela é puro tesão
As linhas... a atiçam
As palavras... a movem
Nas rimas, na cadência de cada verso
No teor de cada frase
E no calor de cada parágrafo
Ela molha
Lateja
Estremece
O momento é poético
Uma simbiose
A poeta e ela
Pensamentos
Sentimentos
Palavras
Com a poesia
Com a proza
ou com a rima
Ela goza!

Dedico este poema a todas as meninas que me acompanham 
e me lisonjeiam com suas presenças em meu blog!

--------------------------------------------------------------
© COPYRIGHT BY "PENSAMENTO INDECENTE"
Todos os Direitos Reservados
All Rights Reserved
DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS
Cópias e publicações permitidas, desde que acompanhadas dos créditos à autora do texto e link para para este blog.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

A Aprendiz

por H. Thiesen 

Capítulo 1

Abri a porta e entrei, Joana me seguiu e fiz um sinal para que aguardasse ao lado da entrada. Olhei em volta, tentando reconhecer o ambiente.
Ela estava parada e em pé do outro lado da sala, ela olhava ao longe, o olhar perdido na imensidão da noite e o véu negro que a pouco havia caído sobre a cidade. Vestia apenas um penhoar preto e transparente, através do qual eu podia ver as alças do sutiã e a pequena calcinha preta.
A sala era ampla, estilo rústico, um tapete vermelho, uma mesa de mogno retangular ao centro, sobre ela não havia decoração e o sofá de couro, em um dos cantos no formato de "L".
Estava frio, a  lareira mantinha um calor agradável em contrate ao inverno lá fora, dois abajures iluminavam o ambiente e davam à ele um clima sombrio.
Nas paredes brancas, algumas obras de arte, todas sem nenhuma importância e de pintores anônimos, mas de bom gosto, algumas com mulheres em poses sensuais, outras paisagens românticas e uma delas era gótica, pesada e escura de uma mulher nua, pendurada na única parede de tijolos a vista.
À tarde ela havia me telefonado:
- Pode vir hoje?
- Sim, claro que posso!
- Resolvi experimentar, quero aprender!
- Tem certeza?
- Tenho, não penso outra coisa, desde a nossa conversa!
- Que hora?
- Depois das dezoito! Mas tem que ser hoje, se não posso desistir e não sei se...
- Dezenove e trinta, está bom? Preciso levar...
- Eu sei, entre sem bater, vou deixar a porta aberta!
Desliguei o telefone e fiz outra ligação:
- Joana, vou pegá-la as sete!
- Puxa, vou ter que me apressar!
- Quero-a bem simples! Lembra o que te falei sobre Rebeca?
- Lembro?
- Será hoje!
- A iniciação?
- Sim, mas não quero sofisticação!
- Sim... Senhora! Irei como pediu!
Caminhando lentamente, atravessei a sala e fui até ela. Mesmo percebendo a minha aproximação, ela permaneceu imóvel, olhando para fora. Segurei-a pelos ombros, afastei seus cabelos e beijei seu pescoço.
- Estou aqui, você está pronta? - falei, quase murmurando no seu ouvido.
- Sim! - disse-me ela.
Abracei-a por trás, desatei o laço do penhoar, logo abaixo dos seus seios e depois deslizei-o sobre os seus ombros e em seguida larguei-o, para que caísse aos seus pés. Acariciei sua cintura com as duas mãos e subindo lentamente, segurei seus seios entre os meus dedos. Ela jogou sua cabeça para trás e gemeu baixo, deixando sua orelha ao alcance dos meus lábios.
- Tem certeza, você quer continuar?
- É tudo o que eu mais quero nesse momento!
Corri novamente as mãos pelo seu corpo,desenhando seus quadris e indo ao encontro das suas pernas, entrando por entre elas, para acariciar o interior morno das suas coxas. Seu corpo amoleceu e estremeceu com as carícias.
Segurei-a pela mão e levei-a ao encontro de Joana, atravessando a sala devagar.
Joana era mais magra, mas com um corpo invejável, seios médios, coxas torneadas, barriga delineada e a cintura bem formada, mas totalmente instruída e obediente, sabia agir na hora exata. Nunca me tocava se eu não solicitasse e estava comigo a um bom tempo. Tratava-me como uma rainha e fazia todas as minhas vontades. Ela vestia um casaco sobretudo azul-escuro e botas de salto, que faziam-na ficar bem mais alta. Paramos a sua frente e olhando firmemente para Joana falei:
- Dispa-se!
Ela desafivelou o cinto e deixou o sobretudo cair dos seus ombros, revelando-nos as curvas do seu corpo, pois nada mais havia por baixo do casaco.
Soltei a mão de Rebeca e virando-me para ela, pedi que admirasse o corpo de Joana, procurando notar todos os seus detalhes e curvas. Depois de alguns momentos de silêncio, disse-lhe:
- Beije-a!
Senti que ela hesitou e repeti novamente:
- Vamos, beije-a!
Rebeca se aproximou de Joana e deu-lhe um leve beijo na boca.
- Beije-a com vontade, com toda a tua volúpia e carinho!
Eu nunca fui Domme e nunca tive uma submissa ou escrava, mas já tivera experiências marcantes com o sado-masoquismo, algumas na época que vivi no Oriente Médio, outras na Alemanha, na Espanha e em Londres.
Joana era minha amiga de longa data, submissa por natureza e dedicada com afinco, conheci-a em Londres, durante um encontro profissional, nos tornamos amigas e entre uma e outra confidência, havia me revelado a sua vida de submissão e as intempéries do seu relacionamento com seu último dominador, também havia me revelado a sua fantasia de dedicar-se à uma mulher. Com o passar do tempo, acabamos ficando muito íntimas e isso facilitou para que sua fantasia fosse realizada, passamos de amigas à uma relação de dominação e submissão, porém fiz questão que esse relacionamento fosse apenas psicológico e que não impusesse-lhe sofrimento ou dor, pois apesar de conhecer as práticas sado-masoquistas, não me agrada a visão de um corpo feminino machucado, marcado e repleto de nódoas. Dessa forma, eu apenas solicitava-lhe atender as minhas vontades e ela se comprazia em realizá-las.
Rebeca era uma executiva de marketing em uma empresa multi-nacional inglesa e conheci-a na época que eu era comissária de bordo, nas viagens entre Londres e Vancouver ou Montreal. Foram inúmeras viagens e não haveria possibilidades de não construirmos uma amizade. Mais tarde, com a nossa aproximação, ela me contou ser lésbica e eu lhe falei sobre a minha atração por homens e mulheres. Passamos a nos relacionar e sempre que viajávamos juntas nossos hotéis eram os mesmo e frequentávamos uma o quarto da outra.
Mesmo depois que abandonei a minha profissão e passei a trabalhar em outro setor da empresa aérea, eu e Rebeca continuamos amigas e sempre que podíamos dávamos um jeito para passar bons momentos juntas. Entre as nossas conversas, surgiram assuntos sobre sado-masoquismo, quando lhe contei sobre as experiências que tive, em uma dessas vezes, ela me falou sobre a sua vontade de experimentar. Conhecendo-a, nunca dei importância e a vontade caiu no esquecimento.
Alguns anos depois, quando eu já me relacionava com Joana, a vontade de Rebeca aflorou novamente e ela fez-me uma proposta para realizá-la. Talvez pela sua insegurança, pediu-me que Joana estivesse junto, pois gostaria de ter junto dela outra mulher. Naquela tarde ela me ligou, finalmente!
 Percebendo o quão eu falava sério, Rebeca abraçou Joana e beijou-a ardentemente. Percebi que durante aquele beijo, Rebeca deixou-se esvaziar dos medos e da hesitação que sentia.
- Venham!
As duas de mãos dadas me acompanharam, à passos lentos fomos até a suite de Rebeca.
- Dispam-se! - ordenei-lhes.
Joana levantou um dos pés, descalçou a bota e depois repetiu a mesma cena com o outro pé. Rebeca deixando cair o penhoar dos ombros, ficou minimamente vestida com seu sutiã e calcinha. Olhei firmemente para Joana e ela entendendo o que o meu olhar lhe dizia, aproximou-se de Rebeca e encarregou-se de despi-la sumariamente e ao mesmo tempo beijava e deixava a sua boca deslizar pelo corpo de Rebeca.
Um calor enorme tomou conta de mim, o casaco estava me sufocando, tirei-o e joguei-o a esmo em um dos cantos do quarto, deixando que elas vissem a roupa que escolhi para a ocasião. Um belo corpete negro de seda e decotado, uma calça legging preta e apertadíssima, uma bota preta de cano curto com quinze centímetros de salto.
Peguei minha bolsa e sem olhar para dentro dela, retirei a cane que sempre me acompanhava e muito conhecida por Joana. Estiquei o braço e com a cane apontei a porta de entrada do banheiro. Deixei as duas entrar na minha frente, fui até a banheira, abri as duchas e batendo na lateral da banheira, ordenei que elas entrasse para se banharem. Rebeca entrou e deitou-se, coloquei a cane sob o seu queixo e a fiz levantar. Joana entrou para baixo da ducha e segurando a mão de Rebeca, puxou-a para ela e começou a banhá-la, deslizando a sua mão ensaboada por toda a extensão da sua pele. Deliciei-me com a visão daquelas duas mulheres se banhando e fiquei extremamente excitada.
Depois do banho, pedi que as duas se massageassem com óleos aromático, que estavam ao alcance sobre o bidê ao lado da banheira, seus poros se arrepiaram, os mamilos eriçaram e suas peles reluziam,
Elas estavam prontas, uma era a aprendiz e a outra a minha submissa dedicada, estavam ali para aprender e servir de todas as formas possíveis, que a minha imaginação era capaz de construir.
Levei-as até a sala, Jona sabia que eu faria de tudo para retirar prazer do seu corpo e doá-lo à Rebeca. Inevitavelmente haveria muitos orgasmos e isso a deixara úmida, tão úmida que as partes internas da coxas ficaram molhadas e ela escorria pelo meio das pernas, mas sabia também, que deveria esperar em pé no meio da sala e não ousava sentar-se, permanecendo com a cabeça baixa em sinal de submissão, pronta para ser usada, pela sua Dona. Rebeca me olhava e parecia acreditar no que via, mas não ousava deixar uma só palavra escapulir da sua boca, permanecendo quieta e aguardando ao lado de Joana.
Olhei fixamente, embora Joana estivesse com a cabeça baixa, percorri com o olhar todo o seu corpo exposto e reluzente, me aproximei devagar e sem falar nada segurei seu queixo, fazendo-a abrir a boca. Coloquei dois dedos entre os seus lábios e ela chupou-os deliciosamente, simulando uma felação. Rebeca olhava com toda a sua atenção, estendendo a minha outra mão, acariciei os seus cabelos ainda molhados e segurando-a pela nuca, trouxe-a mais para perto, levando-a até a boca de Joana, mas antes que se beijassem, retirei meus dedos da boca de Joana e introduzi-os na de Rebeca, que mesmo molhados de saliva, passou a sugá-los avidamente.
Afastei-me delas e as deixei entregues naquele beijo ardente. Permaneci alguns instantes admirando aquela cena deliciosa e ouvindo o ruido sensual dos lábios sedentos. Depois, fiz minha cane rasgar o ar e estalar nas nádegas de Rebeca.
Ela gemeu alto, a surpresa deixou-lhe um leve rastro vermelho sobre a pele e lhe falei:
- Não ouse! Não quero ouvir...
E novamente deitei a cane sobre a pele da sua nádega, dessa vez aplicando um pouco mais da minha força. Vi-a segurar o gemido, apertando-os nos lábios e seus músculos retesaram-se, mostrando o quanto havia ardido as carnes. Aproximei-me um pouco, pousei a minha mão sobre a sua nadega avermelhada e quente e sussurrei ao seu ouvido:
-  Assim, obediência é tudo!
Caminhei ao redor das duas e parando atrás de Joana, puxei-a pelos cabelos, trazendo-a para mim. Segurando-a pelos ombros, forcei-a para que se ajoelhasse a minha frente. Afastei as minhas pernas e colocando as minhas mãos em sua nuca, sem permitir que ela me tocasse, ordenei que me cheirasse e sentisse o cheiro da sua Dona.
Eu estava excitada e ainda não havia me despido, mas desejei sentir aquela boca quente e ordenei à Joana que me beijasse entre as pernas, mesmo por cima das roupas. Ela me abocanhou e umedeceu a minha calça preta com sua saliva, enquanto isso eu olhava para Rebeca e me deliciava com a visão do seu corpo.
- Basta! Rasteje e faça o mesmo nela! Ordenei-lhe, apontado para Rebeca.
De quatro ela foi na direção da outra e pôs-se a beijar-lhe entre as pernas.
Despi toda a minha roupa e com a cane na mão, dei a volta e abracei Rebeca por trás. Acariciei seus seios com uma das mãos e com a outra segurei a cabeça de Joana, apertando-a contra Rebeca.
Rebeca se continha, não gemia e apenas arfava. Mordi a sua orelha e bem de perto lhe falei:
- Geme cadelinha, solta o teu tesão para mim ouvir!
Ela gemeu desesperada e senti as suas pernas afrouxarem. Dediquei carinhos aos seus seios, enquanto Joana se encarregava do resto. Não demorou muito e ela estremeceu e em longos gemidos abandonou-se ao orgasmo. Deixei-a deslizar ao longo do meu corpo, até cair exausta e deitar-se sobre o tapete vermelho. Minha aprendiz havia absorvido as primeiras lições e dei-lhe a recompensa do descanso. Os primeiros passos havia dado e outros mais complexos e difíceis ainda viriam. Deixando-a deitada, fui até Joana e ao lado dela nos amamos, não mais como Dona e submissa, mas como duas mulheres e amantes.

Capítulo 2


Enquanto a conversa fluía, o clima entre nós tudo tornava-se mais íntimo. Eu e ela sabíamos por que estávamos ali, mas ela deixava transparecer que desejava algo forte e intenso.
Ela levantou-se, foi até a chave de luz, diminuiu a intensidade, deixando apenas uma ínfima penumbra iluminando a sala, com a ajuda das labaredas do fogo na lareira. Caminhou por trás do sofá, até as enormes janelas do apartamento e fechou as cortinas, deu mais alguns passos e fez o mesmo com a porta larga da sacada, para evitar olhares curiosos. Atravessou a sala, abriu uma gaveta e pegou um isqueiro de prata, com ele acendeu quatro velas perfumadas, que estavam sobre o balcão da lareira, foi até a parede inversa e sobre dois pedestais, acendeu outras duas, dando ao ambiente um levíssimo cheiro de lavanda.
Lentamente voltou ao centro da sala e livrou a mesa de centro do caminho rendado e do vasinho com três rosas vermelhas, deixando-a nua no seu mogno envernizado e escuro. 
Circulou a mesa e parou a minha frente e segurando as alças do vestido de seda, deixou-o cair lentamente ao seus pés, revelando o seu corpo, semi-coberto com uma calcinha e meias 3/4 pretas, sobre o sapatos de saltos, deixando-me ver seus seios e mamilos com auréolas rosadas. Levantou um dos pés, deu um passo para ou lado e deixou o vestido à ermo no chão e finalmente falou:
- Estou pronta... Sou sua Senhora! As velas sobre a lareira, são as que me pediu, as outras são comuns e perfumadas!
Levantei-me, beijei sua boca e virei-me de costa para ela:
- Ajude-me com o casaco!
Despi o casaco, ela segurou e com delicadeza colocou-o em um cabide no canto da sala. Voltou para perto de mim, olhando para o chão.  Enquanto ela voltava, eu despia minha roupa, fiquei totalmente nua a sua frente.
- Sente-se! - Ordenei-lhe apontando a mesa.
Ela sentou-se, segurei o seu queixo e levantei-lhe a cabeça, beijei-a na boca, depois segurando a sua cabeça, ergui-me e deixei o seu rosto passar entre os meus seios. De pé, juntei-a ao meu corpo, ela abraçou-me pelos quadris e beijou o meu ventre. Acariciei seus cabelos e deixei-a ficar assim por alguns instantes, para sentir-se segura. Após alguns minutos, pedi para que se despisse totalmente.
Fui até minha bolsa e retirei de dentro tudo o que trouxera e coloquei alinhados sobre os sofá. 
Voltei até ela, virei-a de costas para mim e vendei os seus olhos. Deitei-a na mesa e sentei-me ao seu lado. Arqueando o corpo, beijei sua boca e a invadi com a língua, arrancando-lhe um beijo ardente. Desci pelo pescoço, depois pelos ombros e seios, beijei-os, lambi e suguei. Parei por alguns segundos e deixei no ar um clima de mistério. Ela sem poder ver, tentava ouvir o que acontecia. Mas eu, nada fazia e apenas corria meus olhos no seu corpo, admirando a sua beleza e a cor da pele.
Levei o meu dedo a sua boca, acariciei os seus lábios e fiz a pontinha entrar no meio deles. Ela chupou-o e lambeu, repeti o mesmo com um dos outros dedos. Corri a unha pelo seu queixo, fui em direção ao pescoço e do pescoço ao peito, passando entre os seios, deixando um rastro vermelho, descendo pela barriga e indo em direção as virilhas, até encontrar sua coxa e segurar suas carnes interiores, cravando as minhas unhas com força. Ela respirou fundo, demonstrando que sentira a surpresa, mas não gemeu, sabia que eu não queria ouvir som. Afastei suas pernas e envolvi o seu sexo com a minha mão, ele estava úmido e quente, denunciando que ela ficara excitada. Acariciei-o, tateei-o e circulei-o com os dedos, com o anular e o indicador abri os seus lábios e acariciei a entrada molhada com o dedo médio. Ela esboçou um gemido, mas se conteve, preferiu respirar longamente.
Peguei a corda de cânhamo que trouxera, amarrei um dos pulsos e atei ao pé da mesa, depois fiz o mesmo com o outro e com os dois pés, deixando-a presa a mesa e disponível para mim, para que não pudesse escapar ou se defender.
Caminhei até a lareira e apanhei uma das velas, fui até os seus pés e sacudindo-a, respinguei a parafina em seu corpo, ela se contorceu sobre a mesa. Repeti novamente, uma, duas vezes. Aproximei-me um pouco e pinguei sobre seu púbis depilado, um pingo, a pausa e depois mais dois. Subi por seu ventre deixando o rastro de pingos de parafina e a cada pingo que caia, uma pausa eu deixava entre eles, até deixar cair o primeiro pingo e vê-lo escorrer pela lateral do seu seio. Pinguei outra vez sobre o seio, ela esboçou um gemido e pinguei novamente, ela se contorceu e então lhe falei:
- Quero ouvir teu prazer!
Ela permaneceu imóvel, não gemeu, apenas suspirou.
Esperei alguns segundo, observando-a e olhando seu peito respirar e finalmente deixei mais um pingo cair e atingir diretamente o mamilo. Ela gemeu alto e contorceu-se totalmente sobre a mesa. Sua respiração ficou ofegante, parecia queria estancar a ardência e deixei-a acalmar-se. Vendo-a voltar à normalidade, pinguei novamente, mas sobre o outro mamilo, dessa vez arrancando um gemido bem alto, quase um grito, mais de prazer do que dor.
As velas usadas são feitas para esse tipo de fantasia e há uma técnica a se utilizar, temperatura e distância a se obedecer, de modo que, os pingos podem arder, mas não podem queimar ou deixar bolhas na pele. Isso garante a segurança na fantasia.
Sentei-me novamente ao seu lado e acariciei o seu rosto, deixei-a tranquilizar-se e logo após, peguei ao lado da bolsa a loção e a flanela macia. Borrifei a loção espalhei em seu corpo, fui ao banheiro e molhei a flanela, com ela livrei-a dos pingos solidificados de parafina, acalmando a sua pele e deixando seu corpo sedoso.
Desvendei-lhe os olhos, soltei-a das amarras e sentei-me novamente ao seu lado. Olhando em seus olhos sorri para ela e com seu sorriso fui correspondida. Segurando a sua nuca, trouxe-a para perto, abracei-a e a beijei. Depois fomos para o imenso sofá, estávamos totalmente excitadas e precisávamos uma da outra.

Capítulo 3

A noite declarava-se em ousadia, deixando em penumbra a sala, que ainda vazia, esperava para assistir passiva a entrega e a dedicação de Rebeca. 
No fundo da sala, um facho de luz escapava pela porta entre-aberta, que leva ao quarto. No quarto iluminado, jazia sobre a cama uma linda lingerie rosada, as meias de seda e um espartilho, ambos brancos.
Ouvia-se o som de água caindo e sob o chuveiro Rebeca banhava-se. Ela deslizava pelo seu corpo um sabonete cheiroso e a água fria levava com ela a espuma branca. Rebeca banhou-se demorado, depois pegou a toalha de fios egípcios e secou-se. 
Atravessou a porta e adentrou em seu quarto, uma suite largamente espaçosa. Jogou a toalha a um canto e olhou-se no espelho, como a adivinhar, como seriam as marcas, depois que retornasse ao quarto.
Caminhou até o lado da cama, arqueou-se um pouco e juntou a calcinha rosa, vestiu-a e ajeitou aos quadris, para que ficasse do jeito que ela gosta. 
Sentou-se na beirada da cama, calçou com cuidado as meias 3/4, Velours De Peau. 
Esticou a perna direita e trouxe para perto seus sapatos de salto, calçou-os e levantou-se de novo, foi ao espelho e vislumbrou seu corpo. 
Levou as mãos da cintura, subindo-as pela barriga, até alcançar os seios e admirou outra vez, sua bela silhueta no espelho. 
Tornou novamente à cama e pego nas suas mãos o espartilho branco, antes de vesti-lo, ficou indecisa e resolveu pensar mais um pouco. Achou que ficaria muito desconfortável e desistiu da peça apertada. Foi até o closet e abriu a gaveta e guardou o espartilho de onde o pegara. Na primeira gaveta escolheu um sutiã na mesma cor da sua calcinha. Vestiu-o a pequena peça rosada e acomodou dentro dela os seios volumosos, ajeitando-os sensualmente à saltar aos olhos, deixando à mostra o seu formoso colo.
Retirou a toalha da cabeça e enxugou com ela os cabelos negros, lisos e molhados, depois a jogou para o lado, dando à ela o mesmo destino daquela que seu corpo enxugara.
Sentou-se à frente da cômoda e do enorme espelho,  numa das mãos o secador, na outra a escova de javali e deu atenção aos cabelos demorados minutos. Depois de pentear-se, fez com todo o cuidado a nova maquilagem. Batom rosa na boca, cremes no rosto, sombras e delineadores, deixando o canto dos olhos puxados.
Rebeca é extremosa e cuidadosa, prima o bom gosto e a sofisticação, faz deles a sua melhor arma de sensualidade e sedução.
Finda a maquilagem, levantou-se e foi novamente ao closet, escorreu para o lado uma das portas do enorme roupeiro e procurou nos inúmeros cabides, o vestido oriental que imaginara, pegou do meio dos vários vestidos, o qipao de seda, rosa e dourado.
Voltou novamente à cômoda, procurou numa caixinha dois biotes pretos e com eles prendeu seus cabelos, dando com os dois pauzinhos, o toque final ao estilo oriental.
Olhou-se na parede espelhada, de baixo para cima e cima para baixo, colocou as mãos nos quadris largos, que o qipao de seda deixava acinturado, virou-se para a direita e mirou-se com um rabo de olho, tentando ver-se de perfil, dando uma meia-volta, repetiu a cena para o outro lado, gostou de jeito que estava, sacudiu a cabeça, mostrando para si, que se aprovara.
Seu sentido de sofisticação intuiu-lhe ao uso de jóias, pensou num colar de pérolas, depois num cordão com pingente, mas desistiu, a ocasião não pedia por elas.
Caminhou em direção à porta, apagou a luz e saiu do quarto.
Atravessou o corredor escuro, guiando seus passos lentos pela luz da lua, que nas janelas da sala entrava. Andou até as janelas e uma por uma cerrou-as com as cortinas. Foi até a sacada, respirou bem fundo e deliciou-se com o ar. Olhou as luzes da cidade, o céu estrelado e lá embaixo a avenida movimentada. Retornou para a sala, fechando e encortinando a porta  da sacada.
Acendeu as luzes e vela por vela, com o isqueiro de prata, iluminou a sala.
Andou até a mesa de centro enorme, feita especialmente para ela, de mogno e sob medida. Deixou-a completamente vazia, do jeito que eu sempre pedira.
Abriu as portas do rack e retirou de dentro as duas cordas vermelhas e outras duas brancas. Levou-as até uma banqueta e enfileirou as cordas de cânhamo, deixando alternadamente e numa sequência de vermelho e branco. Voltou novamente ao rack, pegou a venda de seda e a mordaça de pano. Retornou até a banqueta e colocou-as sobre as quatro cordas.
Olhou o relógio de parede e os seus ponteiros marcavam vinte para as dez. Achou-se eficiente, pois terminara as tarefas antes da hora marcada.
Sentou-se no sofá de couro e ficou ansiosa, queria que eu chegasse, para começar.
Ouviu passos no corredor e logo depois a campainha tocar. Colocou um sorriso no rosto e foi à porta da entrada, pois ela sabia que eu chegara.
Olhei-a e me surpreendi, a minha aprendiz se superara. Vestiu-se totalmente a rigor e deixara tudo pronto, como eu mandara.
Ela curvou-se a minha frente, saudando a minha chegada, com o ojigi. Depois ajoelhou-se e com olhos baixos, esperou que eu entrasse. Acariciei a sua cabeça e estendi-lhe a mão, pedindo-lhe que levantasse.
Ela fechou a porta e veio ao meu lado até a mesa de centro. Acariciei seu rosto e a trouxe a minha boca. Beijei-a profundamente, para que ficássemos tão íntimas como sempre.
O ambiente me seduziu, a dedicação de Rebeca, aqui estou eu, no meu qipao azul e ela prostada aos meus pés e é hora de começar. Hoje a minha aprendiz conhecerá o Sokubaku, mais conhecido como Shibari, a arte de imobilização japonesa dos samurais.

Capítulo 4


Olhei para as cordas dispostas na banqueta, ao lado da mesa de centro. Rebeca colocou-as com exatidão, como num outro dia, eu havia dito que gostava, demonstrando-me a sua atenção e que já sabia como me agradar. Curvei-me, segurei as cordas e olhando para ela, apontei-lhe a porta do quarto.
Caminhamos pelo pequeno corredor e entramos pela porta, livrei-a do qipao, do sutiã e da sua calcinha. Sentei-a na cama e descalcei seus sapatos e logo depois as meias três-quartos.
Rebeca deitou-se o na cama e sem resistência, acatava todas as ordens, que eu dirigia com olhares, mostrava-se paciente e muda. 
Sentada ao seu lado e com o corpo arqueado sobre o dela, eu beijava a sua boca, com os dedos buscava pelos seus mamilos rijos. No movimentos dos lábios e na intensidade do nosso duelo de línguas, ela se entregava sem reservas aos meus caprichos. E quanto mais eu sentia a sua entrega, mais pressionava os seus mamilos e imprimia-lhes as ponta das unhas dos meus indicadores, até ouvir seus gemidos e passei, ao mesmo tempo, a morder os seus lábios, abafando  os seus ruídos de dor. Eu queria dar a ela uma amostra do que estaria por vir!
- Dói? – perguntei.
- Doeu, mas… acho que me excitei.
E ouvindo a sua resposta, imprimi mais força na unha sobre um dos mamilos.
- Aiiiiiiii! - gritou ela.
Dei-lhe um tapa no rosto, deixando vermelho e quente. Ela me olhou, sem saber o que havia feito de errado e percebendo a sua indagação completei o tapa com as minhas palavras:
- Quem te autorizou a gritar?
Rebeca gelou e uma sensação estranha correu por seu corpo, ficou ofegante e um tesão brotou-lhe de dentro para fora, incendiando seu corpo. Ser esbofeteada e xingada provocou-lhe contradições, que a deixaram confusa, sentia dor e ao mesmo tempo sentia tesão, sentia raiva e ao mesmo tempo sentia prazer e a dor no seu seio, aliada à humilhação, quase levou-a ao orgasmo.
Levantei-me da cama e despi-me lentamente. Ela não tirava o olhar do meu corpo e das roupas que caiam, peça por peça. Enquanto me olhava, ela corria as mãos pelos seios e descendo levou as mãos entre as pernas. Olhei-a reprimindo o seu gesto, proibindo-a de tocar-se. Por alguns instantes ela retrocedeu sua mão, mas logo os instintos moveram-na ao lugar proibido. Olhei diretamente em seus olhos e quando o seu  olhar cruzou com o meu, apertou as mãos entre as pernas. Completamente nua, aproximei-me dela e puxei-a pelas pernas, trazendo-a para perto. Dando alguns passos ao lado da cama, levantei-a pelos cabelos e disse baixinho no seu ouvido:
- Teimosa, vou amarrá-la!
Olhei para o chão, ao lado do meu qipao, juntei o obi e vendei os seus olhos. Com uma das cordas vermelhas amarrei suas mãos à cabeceira da cama e com uma das cordas brancas atei os seus pés à outra extremidade da cama.
Aquilo a assustou, mas ao mesmo tempo deixava-a mais excitada, pois ela confiava em mim. Apesar da sensações estranhas que sentia, se deixava levar. Um desconforto a incomodava. Era horrível não saber o que estava acontecendo, não contendo a sua curiosidade, resolveu perguntar:
- O que está fazendo Senhora?
Como resposta, dei-lhe um novo tapa, do outro lado do rosto. E, ela entendeu quem estava no comando e que não deveria me questionar. Calou-se e contentou-se com a escuridão.
Caminhei em volta da cama, rústica e de ferro. Fiquei alguns minutos contemplando seu corpo. Rebeca estirada na cama, amarrada. Seus braços e pernas abertas, a respiração ofegante e os seios subindo e descendo, entre as suas coxas a excitação molhava seus lábios externos. Afrouxei a tensão das cordas que atavam seus pés, depois fiz o mesmo com as cordas das mãos, para possibilitar-lhe os movimentos, mas sem deixar que se masturba-se novamente.
Ainda restavam-me mais duas cordas, uma vermelha e outra branca, escolhi a branca. Segurando-a pela cintura, passei-lhe a corda por baixo e fiz a corda enrolar-se no seu corpo como uma serpente. Da cintura aos seios, prendendo-os firmemente e em cada laçada um novo rumo a corda tomava, deixando em seu corpo uma verdadeira teia de aranha, passando e voltando, pela frente e pelas costas, por entre as pernas, até lhe cessarem os movimentos.
Deixei-a inerte na cama, abri o frigobar e peguei dois cubos de gelo. Primeiro deixei-os pingar sobre os seios e depois imprimi-lhe um rastro gelado no ventre, de baixo para cima, até alcançar e circular os mamilos. Rebeca nada dizia, apenas percebia e arrepiava-se com o que eu fazia em seu corpo. Deixei-a pensar e momentos depois, passei o gelo no seu clitóris. Ela arrepiou-se mais uma vez e esboçou um gemido. Novamente esperei alguns segundo e tornei a acariciar seu clitóris com o gelo, mas dessa vez sem retirá-lo, até deixá-lo dormente. Continuei repetindo com uma das mãos, a tortura no clitóris e com a outra segurei seus mamilos, apertando e torcendo-os, causando-lhe dor e a dúvida de sensações, entre o gelo cortante e meus dedos perversos.
Rebeca já não conseguia entender o que lhe provocava mais desconforto, a dor ou a dormência, os mamilos ou o clitóris, mas não ousou pedir-me para parar. Sentindo que ela estava aflita, cessei a tortura e beijei seus mamilos, dando-lhe calor ao circula-los com a língua. Joguei o gelo para o lado e com os dedos abri caminho entre os seus grandes lábios, tocando-os suavemente e depois pousando a palma da minha mão sobre a sua vulva gelada, aquecendo-a, Desci pelo ventre, lambendo o molhado do gelo, até envolver a sua vagina com a minha boca. O prazer dela cresceu, a região se aqueceu e ela contorceu o seu corpo. Notando que ela iria ter um orgasmo, parei e lhe disse:
-Ainda não, teu cio... hoje é meu!
Subi pela cama, sentei-me sobre o seu rosto e ordenei:
- Primeiro sou eu!
E sentando sobre ela, quase a sufocando, recebi o afago da sua boca, ela chupou, lambeu e me invadiu com a sua língua, até arrancar-me um orgasmo intenso e bebê-lo deliciosamente.
Desabei sobre o corpo de Rebeca e tremi o meu gozo por longos minutos. A dominação que exerci sobre ela, havia me deixado muito excitada e o gozo roubou-me as forças.
Já recuperada, liberei-a das cordas, mas deixei-a vendada. Deitei-me na cama e coloquei suas pernas em meus ombros e dediquei meus carinhos orais para ela. Cada movimento da minha língua  fazia seu corpo se retesar e disse-lhe então, que podia soltar seu prazer. Enquanto eu dava a ela as caricias orais, ela gemia desesperada e sem demorar muito, explodiu divinamente na minha boca. Urrando e gritando o gozo.
Fui até a sua boca e a beijei, o seu coração batia acelerado, o beijo era ardente e nesse mesmo tempo, arranquei a venda dos seus olhos. Depois do beijo nos olhamos intimamente e soubemos que cada uma de nós, havia realizado as suas fantasias à contento. Eu como sua Senhora e ela como submissa.
Olhamos em volta e vimos o quarto, os móveis, testemunhas inerte, daquela nossa noite desregrada. As cordas ainda tinham o calor do seu corpo. O gelo havia derretido, como nós havíamos nos derretido uma na outra. O obi negro, jaz atirado a um canto do quarto, guardava em segredo o que ela havia pensado. Quem haveria de dizer, que gozamos com a dor, uma a infligindo e a outra a recebendo. 
Rebeca recostou-se na cama e olhava para as únicas provas da nossa loucura, as marcas vermelhas das cordas que imobilizaram seu corpo!

--------------------------------------------------------------
© COPYRIGHT BY "PENSAMENTO INDECENTE"
Todos os Direitos Reservados
All Rights Reserved
DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS
Cópias e publicações permitidas, desde que acompanhadas dos créditos à autora do texto e link para para este blog.